segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

ELISABETE DELOT



Não é de admirar que Lourdes seja prova difícil quando, por exemplo, o médico comum presencia um caso como aquele de Elisabete Delot, curada instantaneamente de cancer.
A Senhorita Delot era professora em um colégio feminino em Bolonha.
Quando tinha perto de cinquenta anos ficou seriamente doente - tão doente que teve de abandonar seu trabalho e internar-se num hospital. Raios X e testes clínicos revelaram o terrível fato de que tinha câncer no estômago. Além disso testes de bismuto indicavam que entre o estômago e o começo do instestino havia um obstáculo. Isto significava morte pela fome, a não ser que a cirurgia pudesse efetuar a passagem da comida. Quando o cirurgião que fez a operação, Dr. Houzel de Bolonha, viu as condições, informou ao médico que atendia a Senhorita Delot, Dr. Wallois, que o tamanho do tumor era tal que não podia ser removido. Tudo o que podia fazer era uma abertura do estômago para o intestino que permitiria a passagem da comida para a região disgestiva inferior.
Isto foi feito e no princípio parecia haver uma pequena melhora, mas após três meses a moléstia piorou. O câncer originário no estômago espalhou-se pelo fígado e a própria abertura feita na operação foi invadida por células cancerosas. Em julho a obstrução era completa. Alimentar-se tornou-se coisa impossível para a paciente - até os líquidos eram vomitados. Os médicos concordaram em que não havia nada para o futuro senão o martírio da fome e sede constante até a morte. A Senhorita Delot estava perdida.
Neste estado desesperador ela juntou-se à Peregrinação de Arras a Lourdes, chegando ao santuário na manhã de 30 de julho (de 1926). Estava tão exausta da viagem que tiveram de pô-la nas águas da piscina com extraordinárias precauções.
Sua primeira sensaão foi de uma dor tão intensa que gritou com todas as forças para que a morte a livrasse. Sentiu "uma terrível queimadura e punhalada" no estômago e intestino - como se, contou mais tarde, a estivessem segurando embaixo de um martelo diabólico.
Mas quando as enfermeiras a auxiliaram a sair da água, a agonia cedeu lugar a uma estranha sensação de bem-estar. Uma estranha sensação de calma e saúde a dominou, bem como um inesperado vigor. Vestiu-se sem ajuda. Entrementes sentiu forte apetite - desconhecido por ela há muito tempo. De volta à hospedaria, tomou um pouco de sopa e purê vegetal, sem sentir qualquer indisposição. Aquela noite comeu um pouco de carne e não sentiu nada a não ser uma renovação de forças. No dia seguinte a repetição da mesma dieta confirmou a cura. O intestino funcionava normalmente.
Examinando-a na Corporação Médica, os médicos observaram a flexibilidade do estômago e a parte que tinha sido operada.
Verificaram que o fígado estava voltando à forma normal. Após retornar a Bolonha, seu médico particular relatou que "a Senhorita Delot alimenta-se como os outros - carne, vegetais, tudo, e que não sente cansaço e todos os seus órgãos estão em ótimo estado". Novos exames de raios X feitos três semanas após a cura revelaram um completo reverso da sua condição anterior. Oito meses mais tarde o Dr. Houzel comunicava à Corporação que a Senhorita Delot, "operada, por mim, de um tumor maligno no estômago, apresenta hoje todas as características de perfeita saúde. Tem hoje uma vida muito ativa, voltou para o seu trabalho na escola, na base de tempo integral".
No ano seguinte ela voltou a Lourdes e foi novamente examinada na Corporação. Após cautelosa investigação, dezoito médicos deram a seguinte opinião unânime:
Na ocasião de sua primeira vinda a Lourdes, a Senhorita Delot sofria de: 1) um tumor maligno no piloro com extensão à boca operada da passagem gastrintestinal; 2) extensão da moléstia para o fígado. Houve uma cura incontestável, provada pelo desaparecimento do tumor, o restabelecimento de completa saúde (aumento de peso de 8 quilos), o perfeito funcionamento do piloro, fígado, intestino e a prova do tempo. Esta cura repentina não pode ser atribuída a processos naturais. Vai além dos limites de nossos conhecimentos.
Desde sua cura a Senhorita Delot tem gozado ótima saúde.
Nunca deixou de ser excelente, escreve, desde o momento em que saí da piscina cheia de vida, onde poucos minutos antes me mergulharam agonizante. Desde esse dia esqueci-me completamente do que é sofrer do estômago. Digiro qualquer alimento.
Aqui está uma cura que não pode ser atribuída a erro de diagnótico, ou auto-sugestão, ou qualquer das clássicas explicações do ceticismo médico.


Cranston, Ruth. O Milagre de Lourdes. São Paulo: Melhoramentos, s.d. pp. 101-103

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