quinta-feira, 6 de maio de 2010

GABRIEL GARGAM - história de uma cura



Trata-se de um dos casos mais famosos dentre as milhares de pessoas curadas em Lourdes. Nascido em 1870, trabalhava nos correios, quando o trem no qual viajava colidiu com outro numa velocidade de 70 quilómetros por hora. Ele foi jogado a uma distância de quase 30 metros do trem e ficou desacordado na neve, inconsciente por sete horas, com uma lesão séria na espinha dorsal. Ficara paraplégico. Em sete meses de hospitalização parecia um esqueleto. Alimentava-se apenas por tubo a cada 24 horas. No processo indenizatório ficou muito claro que tinha uma lesão permanente.
Com a indenização conseguia pagar duas auxiliares de enfermagem para ajudá-lo dia e noite.
Só dois anos após o acidente, por insistência de sua mãe, concordou em ir a Lourdes. Estava tão enfraquecido que quase morreu durante a viagem de trem. No Santuário, ele seguiu todas as orientações dadas, foi mergulhado no tanque de águas consideradas milagrosas, mas sem efeito algum. Pior ainda, o esforço levou-o a desmaiar e lá foi deixado na maca como morto. Consternados, seus acompanhantes foram voltando para o hotel, para preparar seu funeral, mas no caminho, no sentido contrário pela pequena rua, vinha vindo a procissão do Santo Sacramento. O grupo colocou-se ao lado para a procissão passar, cobrindo o rosto do “falecido” com o lençol.
O sacerdote parou, voltou-se para o grupinho triste que cercava a maca com o corpo e deu-lhes uma benção com o ostensório.
Logo houve um movimento sob o lençol e o “corpo” ficou sentado. Para espanto geral, Gabriel Gargam disse, num tom convincente, que queria levantar-se. De fato, levantou-se, manteve-se de pé, deu alguns passos e disse que estava curado. Como estava vestido apenas com uma camisola hospitalar, foi levado de volta ao hotel onde vestiu-se e saiu andando, como se nada tivesse acontecido. Com quase dois anos sem alimentação sólida, sentou-se à mesa do refeitório do hotel e comeu uma refeição normal.
Foi em 20 de agosto de 1901 que Gargam foi examinado em Lourdes por seis médicos renomados da Comissão Médica e dado como curado.
Em agradecimento a Deus e à Imaculada Conceição, dedicou o resto de sua vida à assistência aos “inválidos” em Lourdes, como “padioleiro”.
Morreu com 83 anos de idade.

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