quinta-feira, 6 de maio de 2010

A PRIMEIRA CURA EM LOURDES [milagre reconhecido n. 5]

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Um dos primeiros a abandonar seu ceticismo primitivo foi o próprio médico de Bernadete, Dr. Dozous.
O Dr. Dozous era uma pessoa que dificilmente se esperava encontrar numa aldeiazinha monstanhosa francesa no meio do século dezenove.
Quando surgiram os primeiros rumores sobre a jovem Soubirous, estava ele tão incrédulo como os outros da localidade. Mas Douzous era realmente um cientista e, antes de formar uma opinião, resolveu investigar.
Ele foi à Gruta com seu cronômetro - o único instrumento científico à mão de que dispunha - para observar Bernadete em suas visões. A beleza sobrenatural de seu rosto, durante aqueles períosos de êxtase, causou-lhe viva impressão.
Depois desta primeira experiência, continuou a ir lá vigiá-la diariamente. Cronometrou seus estados psicológicos e cuidadosamente anotou suas observações.
Seus trabalhos foram recompensados, pois enquanto a observava presenciou um dos primeiros milagres de Lourdes. Este verificou-se em outro de seus pacientes, uma criança vizinha de Bernadete, Luís Justino Bouhohorts.
Luís Justino tinha dezoite meses. A mãe de Bernadete foi muitas vezes chamada por aquela mãe desesperada para auxiliá-la durante os terríveis ataques de que era vítima seu filho. O pobrezinho tinha uma doença que lhe paralisara completamente as pernas. O Dr. Douzous em suas notas sobre o caso dizia: - O diagnóstico vacila entre meningite e poliomielite.
O coitadinho não podia andar, ficar de pé ou sentar-se. Tinha convulsões violentas e febre alta com seríssimos ataques progressivos. O médico dizia: - É uma questão de horas,
A criança, no seu berço, gemia e respirava ofegante. A mãe tentava auxiliá-lo, porém o pai repelia: - Deixa-o. Não vês que agoniza?
Ele foi procurar uma vizinha para providenciar o enterro. Esta vizinha não demorou a a chegar com a mortalha. Mas a mãe não desistia.
Em dado momento, arrebatou a criança do berço, enrolou-a em seu avental e correu em direção à Gruta.
Encontrou a piscina que os operários tinham cavado alguns dias antes e naquela água gelada mergulhou o filho até a altura do pescoço por quinze minutos. Os vizinhos presenciaram a cena boquiabertos. O Dr. Douzous, que lá estava com seu cronômetro observando Bernadete, contou também os minutos em que o menino da Senhora Bouhohorts ficou na água; quando ela o tirou da piscina estava rígido e azulado.
Sua mãe levou-o para casa e colocou-o novamente no berço. Ao vê-lo, o pai disse asperamente: - Como é, está feliz agora? Acabou de matá-lo?
A mãe ajoelhou-se e rezou ao lado da caminha. Após alguns instantes, puxou a manga do paletó do marido. - Veja, ele respira!
E a criança estava respirando, pausada e normalmente. Adormeceu e teve uma ótima noite. Na manhã seguinte sua mãe narrou que ele desjejuou bem e ela colocou-o de novo no leito enquanto arrumava a casa. Mais tarde, ouviu um barulhinho atrás de si, olhou e viu que era Luís Justino. Tinha saltado do berço e estava andando, cambaleando com o passo curto e incerto como é normal em qualquer criança daquela idade.
Naquele mesmo dia o Dr. Dozous e o Dr. Lecrampe o examinaram, o primeiro colsultando suas anotações relativas ao caso. - "Examinei esta criança há três dias", disse. "Nenhuma melhora estão. Escrevi aqui: Paralisia da coxa. Dei-lhe doze horas de vida. Entretanto aqui está ele andando."
- Sim, sim, vá a Lourdes, dizia o Professor Pitrès. - Você verá lá ótimos exemplos de auto-sugestão, com bastante flores, velas, incenso, preces coletivas, etc.
Mas para Luís Justino Bouhogorts não havia flores, nem cantos, nem preces, nem incenso. Só alguns curiosos mais ou menos céticos e um médico observador, e este era completamente descrente. - E tinha dezoito meses de idade. É impossível que com dezoito meses se faça um ato de fé ou seja sujeito a auto-sugestão?
O caso do menino Bouhohorts calou fundo no Dr. Dozous. Foi uma das primeiras testemunhas médicas a presenciar um milagre em Lourdes e é considerado como o primeiro médico a trabalhar no estudo científico dos milagres.
Uma consequência interessante desta história. Luís Justino Bouhohorts, com a idade de setenta e sete anos, foi um dos convidados de honra na grande cerimônia da canonização de Santa Bernadete na cidade de Roma em 1933. Ele devia-lhe sua longa e sadia vida.
Fonte: Cranston, Ruth. O milagre de Lourdes. trad. Ricardo Azzi.
São Paulo, Ed. Melhoramentos, s.d., pp. 21-23

Um comentário:

  1. eu estava pesquisando para atualizar-me quantos milagres foram reconhecidos oficialmente e deparei-me com este seu artigo.Gostei muito. eu tenho o livro de Ruth e fico com vontade de retomar este polêmico assunto em rodas de conversa. Eu não acredito em Milagres porque, no meu entender não está no campo da fé a minha posição mas no campo de saber (estudos pesquisas, ouvir a opinião de todas as ciências) e os exemplos são exemplos de que de fato acontecem. Estar no campo do racional também minha fé se fortalece. Fé e Razão precisam caminhar juntas. Os milagres de verdade atestam a nossa Fé. Cristo fez milagres para dizer de Quem Ele era Filho e é famosa a frase: Se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa fé. Os cristão não deveriam se espantar ou negarem a autenticidade da testemunha silenciosa da Ressurreição que é a Santa Mortalha de Jesus, depois de tantos anos de pesquisa, diversas áreas de pequisa científica atestando sua veracidade. somente o teste polêmico da sua datação negativou. A margem para a dúvida tem efeito de tamponamento das mentes, mas em seguida, os mesmos descrentes acreditam em qualquer coisa... Não há margem para dúvidas nestes atestados pela igreja, e com certeza em tantos outros que não puderam passar pelo Bureau de Constatações Médicas de Lourdes. por isso que não tem sentido não nos fortalecermos nos sinais concretos da manifestação d`Aquele que tudo fez. Muitos problemas filosófico existenciais pelos quais a existencia humana passa ainda não se explicam diante de um Deus Misericordioso,que é o Deus dos Critãos, mas não dá para fecharmos os olhos,os ouvidos diante de um Sinal da ação de Deus entre nós. obrigada pelo artigo (M.Beatriz Ribeiro Gandra - Campinas)

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