quarta-feira, 15 de setembro de 2010

ALGUNS CASOS DE CURAS MILAGROSAS EM LOURDES

Outros casos extraordinários espantaram os médicos durante aqueles primeiros anos de curas em Lourdes. A pequena Ivone Aumaitre, filha de um médico de Nantes, teve seus pés tortos curados com dois anos de idade. Seu pai relatou o caso nos registros da Corporação Médica. Constância Piquet foi curada de câncer no seio, - um caso adiantado que os Drs. Laverne e Morle de Paris consideraram inoperável. A Senhora Pecantet foi curada de cãncer no lábio inferior. Durante dois anos podia alimentar-se só com líquidos através de um tubo. Após lavar-se vários dias nas águas de Lourdes a horrivel ferida desapareceu, e ela ficou completamente normal.
Maria Le Marchand tinha metade de sua face carcomida por uma tuberculose de pele. Quando saiu da piscina só uma comprida cicatriz vermelha restou de seu mal primitivo. O Dr. d'Hombres dá-nos uma perfeita descrição da aparência deste caso antes e depois da cura.
Com estes casos impressionantes não surpreende que o interesse público aumentasse espantosamente, que até médicos radicalmente descrentes ficassem abalados. Um lugar onde esses fatos ocorriam não podia ser mais referido como lugar de charlatães e desequilibrados.
Nos primeiros anos deste século [XX] realizaram-se curas espetaculares como as da Senhora Biré, Gargam, Adélia Cofette (outro caso grave de acidente), Maria Borel, Henriqueta Hauton, Maria Bailly, sobre a qual Carrel escreveu, e muitos outros.
As curas foram examinadas com crescente interesse pelos médicos da França e de outros países.
Em 1930 um médico inglês escreveu: - "A atitude de toda classe médica para com Lourdes tem mudado consideravemente nos últimos anos. A mudança foi do ceticismo e incredulidade para o reconhecimento, não necessariamente do sobrenatural, mas que as curas de Lourdes não podem ser explicadas pelas leis biológicas conhecidas".
Em dezembro de 1931, na mesma universidade onde, pelo Professor Pitrès, Lourdes tinha sido ultrajada, foi realizado um Congresso da Sociedade Médica e Cirúrgica de Bordéus para um sério e respeitoso estudo das curas de Lourdes.
O Dr. Pedro Mauriac, irmão do famoso acadêmico e decano da Faculdade de Medicina de Bordéus, narrou a história de um grave caso de reumatismo deformante, que estava piorando cada vez mais já havia três anos e que foi milagrosamente curado após uma peregrinação a Lourdes.
Nesse mesmo congresso o Professor Portman relatou a cura dum câncer na maxila superior. O Professor Duverguey, a de uma úlcera varicosa; o Dr. Moulinier, a repentina melhora de uma menina tuberculosa, a cura ainda confirmada após passarem nove anos. O Dr. Goudon expôs o caso de uma enfermeira que caiu de um elevador no terceiro andar, sofrendo contusões, fratura da bacia e ambas as pernas. Os ossos fraturados não queriam aderir e aparentemente a morte não demoraria a ocorrer. A paciente foi para Lourdes apesar das objeções de seu médico. No quarto dia lá, cessou toda dor, dois dias depois ela já podia ficar em pé. Voltou para o trabalho e estava trabalhando em ótimo estado físico vários anos após o acidente.
Tudo isto pode parecer um conto de fadas médico, mas que se narrem contos de fadas numa organização tão notável e respeitada como a Sociedade de Medicina e Cirurgia de Bordéus - os fatos foram publicados também na "Gazeta Quinzenal de Ciência Médica de Bordéus" - parece pouco provável.
A verdade é que quarenta anos de conscienciosos trabalhos pelos médicos da Corporação Médica foram coroados de êxitos. Em 1927 foi fundada a "Associação Médica Internacional de Lourdes", uma organização científica para o estudo das curas de Lourdes, cujo número de membros aumentou rapidamente, incluindo médicos de muitos países. Grande correspondência foi-se desenvolvendo, vindo cartas dos pontos mais longínquos do globo, pedindo esclarecimentos. O presidente da Corporação Médica foi convidado a fazer conferências na Irlanda, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Suiça, Itália, Argélia, Marrocos, Egito e se não fosse a guerra se estenderia pela América do Sul e Antilhas.
Do Japão chegaram pedidos de uma relação de curas de Lourdes, para ser examinada por médico conspícuo daquele país, que queria conhecer o assunto antes de fazer uma visita a Lourdes. Houve peregrinações a Lourdes provenientes do Ceilão, Dakar, Estados Unidos, Trinidad, Dinamarca, Lituânia e muitos outros países.
Em 1950 o Dr. Vallet, retirando-se do cargo de Presidente da Corporação Médica, foi feito oficial da "Legião de Honra".
Apesar de tudo isto, até hoje, ainda há hostilidade e oposição. É preciso ter coragem (asseveraram-me diversos médicos americanos) para trazer à baila o assunto de Lourdes, em qualquer jantar ou reunião médica. Encontram-se olhares de piedade, surpresa ou manifesta impaciência em alguns círculos.
Mas, conforme escreveu o Dr. Marchand: "O período de desprezo sistemático já passou. Muitos médicos visitaram Lourdes, chegando lá, absolutamente descrentes e irreconciliáveis adversários do milagroso. Mas partiram convencidos pelas provas que tiveram, e não envergonhados de afirmar que presenciaram fatos que lhes era impossível explicar."
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Cranston, Ruth. O Milagre de Lourdes. São Paulo: Melhoramentos, s.d. pp. 29-31.

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